O Desenvolvimento do Humanismo. O
movimento humanista no início da Renascença começou com a redescoberta das
obras dos clássicos gregos e romanos. Esses escritos eram desconhecidos na
Europa desde o declínio do Império Romano ou eram conhecidos apenas em
parte, e de forma pouco precisa. Os humanistas se interessavam pelos
clássicos, não só porque eram modelos de estilo literário, mas porque eram
espécies de guias para a compreensão da vida.
Essa tentativa de compreender o mundo chocou-se com a ênfase com a
qual muitos sábios medievais ensinavam o desprezo pela vida terrena. Eles
consideravam os homens criaturas pecadoras que deveriam devotar suas vidas
a tentar ganhar o céu. Os humanistas rejeitavam essa visão da natureza
pecadora do homem e uma nova maneira de encarar a vida começou com o
renascimento da cultura na Itália, no séc. XIV, e se espalhou pela França,
pela Alemanha, pelos Países Baixos e pela Inglaterra. No seu ápice, durante
o séc. XVI, o humanismo compunha uma verdadeira sociedade internacional de
estudiosos.
PRINCIPAIS
HUMANISTASE SUAS INFLUÊNCIAS
A cultura ocidental atual inspira-se, em boa parte, nas
características do humanismo. Seu espírito e objetivos ainda influenciam as
artes, a educação e o governo.
Artes. Muitos dos primeiros humanistas eram
religiosos. Mas a orientação básica de seu trabalho os afastou dos
ensinamentos da Idade Média, que pregavam a rejeição ao mundo e aos
prazeres terrestres. Ao contrário, os humanistas defendiam um
reconhecimento mais contumaz da realidade da natureza humana.
A literatura humanista é realista, crítica e, com frequência,
cômica. O poeta italiano Petrarca, por exemplo, retratou a Laura de seus
sonetos como uma mulher real, não um símbolo religioso medieval. O holandês
Erasmo foi um padre que tentou encontrar elementos comuns no pensamento
cristão e na filosofia grega. Mas sua principal obra, Elogio da Loucura,
foi uma crítica espirituosa e satírica dos reis e clérigos, assim como um
reconhecimento do erro humano.
O inglês Geoffrey Chaucer, em Contos de Cantuária, e o italiano
Giovanni Boccaccio, em Decamerão, contaram histórias engraçadas que mostram
uma compreensão vívida da natureza humana. O francês François Rabelais
satirizou a Igreja, as universidades e outras instituições nas obras
Gargântua e Pantagruel. Rabelais combinou uma vasta cultura e uma grande
sabedoria com disparates. O humanista inglês Tomás Morus era um homem
religioso que morreu como mártir. Mas Utopia, seu livro mais conhecido,
criticava a sociedade de sua época. Embora todos esses escritores
cultivassem altos ideais de humanidade, encaravam a natureza humana de modo
sincero e imparcial.
A tentativa humanista de encarar a vida de forma ideal, mas também
realista, pode ser apreciada na pintura e na escultura. Os pintores e
escultores renascentistas continuaram a criar arte religiosa para decorar
as igrejas, mas abandonaram gradualmente o estilo rígido e convencional da
arte medieval. Eles desenvolveram técnicas que enfatizavam a
individualidade. Os pintores humanistas também prenderam-se a assuntos não
religiosos, como grandes batalhas, retratos e outros temas clássicos. Nos
Países Baixos, Pieter Bruegel, o Velho, pintava cenas vívidas e precisas da
vida camponesa. Os escultores humanistas, como Donatello e Michelangelo,
criaram estátuas realistas, ricamente detalhadas e altamente
individualizadas. Todos esses artistas desnudaram o ser humano para
retratá-lo tal como era, com suas variedades de atitudes, gestos e
personalidades. Sua arte também expunha o homem como um ser majestoso e
digno de admiração.
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